Falando sobre Marcus Vinicius por Edna Maria Severino Peters Kahhale
Março de 2017
Eu conheci o Marcus no Congresso Norte/Nordeste de Psicologia quando participei
com ele em uma mesa sobre Direitos Humanos em meados do 1990 ou 2000, não sei
precisar a data. Foi um encontro inesquecível pela clareza com que defendia a
Psicologia comprometida com a defesa dos direitos humanos e com a vida cotidiana
das pessoas e seus sofrimentos, alegrias e sonhos, desejos.
De lá para cá tivemos oportunidade de participarmos juntos em atividades variadas
tanto em encontros científicos como em atividades propostas pelo Conselho Federal e
Regional (SP/6ª. região) de Psicologia. A clareza e ao mesmo tempo doçura de seus
posicionamentos em defesa de uma Psicologia Comprometida com a população e com
a pesquisa sempre me fascinaram e propiciaram muitos reflexões.
Ele me impressionava pela profundidade das análises, pelo domínio teórico e pela
facilidade com que conseguia colocar em linguagem simples categorias analíticas
complexas. Foi ele que me levou a estudar Castoriadis, Deleuze, Guattari, Deligny.
Vale a pena uma palavrinha sobre o bom humor dele, mesmo bravo ou furioso com
injustiças ou problemas a serem enfrentados, era bem humorado e conseguiu pensar
em alternativas criativas para as situações difíceis e as vezes críticas. Ele era de bem
com a vida e a apreciava em intensidade.
Sentimos muito sua falta, perdemos um amigo criativo, sério e ao mesmo tempo
alegre, companheiro de lutas e de alegrias!