Gosto de mulher manteiga
que se derrete toda ao toque do calor
que se mela de tesão
antes de tudo e por pura expectativa.
Não que queira mal as demais,
mas as prefiro essas àquelas,
em sua competência pra gozar
de olhos bem abertos, porque não?
Ou fechadinhos, mergulhada na imensidão!
Gosto de respirar com ela, boca ventosa
que me lambe, me come, me serve
do ar viciado do seu pulmão.
Gosto do seu corpo que cola
como a lava de vulcão
amalgama de cio que me cobre e veste.
Gosto do invariável macio de sua pele
musculatura flácida ao toque
elástica e plástica em passividade ativa,
atenta para se dar mais e mais
recepcionista gentil,
hospedeira entusiasmada do meu pau!
Gosto, do seu gosto em ser tomada
domada, intensa, em sua passividade
artista da intenção de ser, infinitamente,
ao modo de quem não é.