Eqüus II

matraga poesias fevereiro 7, 2018

Em pêlo me conduzes
na pele pura, suas coxas
quadris, me ofereço
ao galope, cega cegueira,
do seu corpo feminino.
Amazona dos abismos
Dos precipícios, das bordas .
mais frágeis , montas
minha alma ,cavalga-me
por baixo, por cima
acoplada ao meu sexo.

Fustigas o que não trago
mais em mim,
e domas, alucinada, perplexa,
sem força, sem fôlego,
o tempo e o espaço
onde tudo vai se fundir.

A tua boca crispada,
O teu cabelo ao vento,

teu grunhido selvagem
de mim retira e suspende
toda oposição que sustenta
corcoveios, voltas, volteios
toda rebeldia e toda
obediência.

Minha carne, domada,
conquistada
Se faz mansa no compasso
dos ventos do teu olhar…
Guerreira triunfas e
ao teu gosto, a trote,
me tens.
Me fazes doce, dulcíssimo
monumento equestre
animal vencido,
todo seu.
Ao qual ditas, generalíssima,
ordens derradeiras
num ocaso, gemido final.