É com terrível dor e consternação que recebemos a noticia do assassinato do Psicólogo, Professor universitário e militante democrático Marcus Vinicius de Oliveira, numa localidade do Estado de Salvador-Bahia.
Nada do sinistro que ocorre no mundo contemporâneo serve de atenuante comparativo para diminuir a monstruosidade de um fato de essa natureza.
Em pleno terceiro milênio, no qual organismos da sociedade global se reúnem para chegar a colossais acordos acerca do controle da polução, das guerras, da colaboração tecnológica para combater as enfermidades e outros flagelos que afetam a toda a humanidade, assim como para explorar o universo e para defender direitos já mais que humanos…a realidade nos fere com fatos horrorosos e imperdoáveis como esse.
A perda de um homem com essas virtudes e essa atuação é irreparável, tanto quanto é comovedor termos a convicção de que sua memória e sua causa jamais serão esquecidas nem abandonadas pelos movimentos libertários do povo brasileiro.
Não obstante é preciso enfatizar em que esse tipo de crime, próprio dos conflitos pela da posse da terra no feudalismo, continuam acontecendo no Brasil todos os dias com uma regularidade e impunidade inaceitáveis.
Essa rotina truculenta, acompanhada pela miséria, a fome, a sede e a expulsão territorial de povoações camponesas e indígenas, as queimadas e os envenenamentos característicos do agronegócio, da mineração e outras indústrias corporativas nacionais, internacionais e supranacionais…configuram um panorama apocalíptico. Centenas de líderes e militantes de defesa contra a injuria do pós colonialismo são assassinadas cada ano, direta ou indiretamente, pela impiedosa procura acumulativa de terras, bens, lucro e domínio. A remora do poder judiciário e a esdrúxula vigência de bancadas e outras associações peculiares da democracia formal brasileira que “cuidam” da propriedade privada de imensos territórios latifundiários e de sua exploração predatória, garantem sua fatal permanência.
Se as vítimas desse geo e genocídio, no desespero perante esse cruel destino e a inoperância das vias legais, pela sua vez incorre em ocasionais táticas violentas, se as persegue e castiga inapelavelmente, tanto pelas forças oficiais como pelos mortíferos pelotões de jagunços.
À feroz eliminação do Professor Marcus Vinícius de Oliveira é uma mancha indelével na historia do Brasil moderno.Nadapodrã reparar o dano infligido à sua digna pessoa e a sua apenada família. Pero é preciso destacar que a pior ofensa inferida por esse interminável extermínio e a perpetrada contra o povo e a terra brasileiros pela chamada Ordem Constituída e seu suposto Ordem e Progresso.
Nenhuma habituação com a cotidianidade da injustiça, nem as “alegrias” festivas, perdoara a indiferença e não reação perante esta brutal felonia.