Haverá ainda um lugar para o singelo?
Fará sentido ainda o simples?
Estaremos todos mortos para o doce e o belo?
Seria tarde demais?
Levantar-se a cada dia, olhos no horizonte,
fustigar a esperança, instaurar uma presença.
Crer. Sentir o suor rolar pela face,
lançar as pernas em cada passo,
afugentar o medo e o frio,
enrijecer, sem perder a ternura.
Seguir no caminho,
o celeiro da memória a nutrir.
Sim, fomos felizes um dia
perdidos na confusão,
nos dissemos adeus.
As cores esmaecidas
embotam a visão.
Comemoremos o passado,
o futuro a Deus pertence:
Que ele seja singelo,
simples, doce e belo!