A água de um olho
geme, germina
escorre, escoa.
Empoça.
A água de um olho
sediciosa, silente
forma por troça
lagoa.
A água de um olho
escorre; esvai
e no ventre da várzea
se espalha,
gigante e farta.
E quem a vê assim
no plácido da tarde
nem imagina o olho,
o olhosinho atoa,
que cheio de manha
enche a lagoa.