Minha querida,
Não te farei um poema precoce!
Não te chamarei de flor e de raio de sol
Não te direi que és doce e gentil
Não o direi, antes da hora.
Esperarei, paciente, que as rimas se imponham
Que o tom lilás da violeta me acuse,
que o teu reflexo no espelho bizotado,
tudo ilumine num arco iris de luz.
Esperarei que a tua doçura me afogue
no gozo de uma gentileza geral.
Então, e só então,
não porque eu o tenha feito,
serás tu mesma o poema
que a mim se ofereceu.