O tempo? Ora, o tempo…
o tempo que traz dissolução,
enrijecimento e velhice não é senão o segundo tempo.
O primeiro, ai que saudades dele…
pura fruição, alegria, vontade de viver fazia o natal chegar
todo ano sempre como uma surpresa nova,
garantia assistir aos filmes de censura assim que a idade ia chegando.
Viver as expectativas do primeiro sexo com penetração,
passar no vestibular, casar ou ir morar junto, o nascer do primeiro filho…
Mas de tudo isso, desse primeiro tempo da vida,
que só a partir do segundo nós homens,
aprendemos a apreciar é o tornar-se mulher
daquelas meninas que nós assistimos a crescer…