Estranha despersonalização
esse efeito temporal
que no acumulo dos dias bons
e alguns ruins,
vai apagando em nós,
essa noção obvia
de que o outro é um outro.
Insidioso trabalho
que a convivência opera
ocultando verdade elementar
que os liames
que nos unem no amor
são mais de natureza imaginaria
do que biológica…
Mas na hora do adeus
é o corpo que paga
por esse estado de alienação.