Um dia uma cigana leu a minha mão.
Guerreiro? – Sorte nas armas;
desgosto no amor!
Num trejeito de ombros
com desconfiança assenti.
Eu era jovem e o coração,
pulsava forte em meu peito.
Arengas de velha, conclui.
Muitas lutas em campos estranhos
lutei. Por tênues fios tive a
vida presa. Sempre venci.
Sorte nas armas!
Em estratégias cuidadosas,
em planos bem traçados,
por sina, como leão pelejei.
Louros acumulei e pelo poder
não me deixei seduzir.
Eu sempre venci! Fui magnânimo
para com os vencidos…
Hoje ha muito, o sol cruzou
a linha do meio dia, da minha vida
e a muitas mulheres conheci.
Troféus de vitórias as vezes,
generosas e sinceras em outras
ocasiões.
Brincadeiras de intervalo
entre um momento e outro
da eternidade.
Uma só vez, de coração disparado
lutei sem vontade de vencer.
Uma flexa perdida me atingiu,
depus as armas e me entreguei.
Por amor sofri e ainda hoje sofro.
A esta derrota amargo, em
um coração cansado
que as vezes parece querer desistir,
Um dia uma cigana leu
a minha mão.
Guerreiro?: Sorte nas armas
desgosto no amor!
Eu deveria ter acreditado!